13.12.07

na esquina da biblioteca munipal, ele atravessa a rua e vem me estendendo a mão com meio
sorriso no rosto: -- posso te acompanhar?.
nos sentamos em um banco e passamos toda a tarde ali, eu em silêncio, ele em palavras soltas e
resmungadas.
não havia o que fazer, não havia o que olhar. as pessoas eram -- são -- as mesmas de todos os
mesmos dias. olhares em si mesmos, brilho em nostalgias de uma pátria morta ou um
desencanto fantasiado de alegria. são velhos e novos os mesmos sonhos.
eu não conhecia aquele tal Heynes. nem seus olhos negros, nem seus poucos cabelos, tão pouco
seu meio sorriso ou seu forte aperto de mão. talvez fosse um homem, por trás de um crachá.
Nunca vou saber.

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